© DOROTA KOWALCZYK

2019 EDITION

Publicação 2019

Com a vontade de conhecer o Mundo – primeiro a Filosofia e depois a Ciência – esteve sempre presente a tentação de o organizar em categorias com a ilusão de o compreender melhor. Pautado pelo desejo de racionalidade, parecia que dividindo, separando, classificando, de certo modo segregando territórios, tudo seria mais inteligível. Contudo, a complexidade do real foi traíndo e denunciando essa ambição.

Com as devidas distâncias, diríamos que metaforicamente as fotografias a concurso nas diferentes categorias, rebelaram-se contra a divisão e contaminaram-se. O olhar tem dificuldade em conhecer fronteiras além daquelas que dependem da subjetividade do fotógrafo e, por isso, depois de visionadas tantas imagens ficou-nos o sentimento de que presente em todas está um grande tema: o humano. O humano presente na realidade que é sempre construção, presente na captura do instante, do vulnerável, do transitório, do perecível, do efémero. Numa época em que tantas inquietantes questões se colocam, foi um privilégio contactar com este manifesto da humanidade.

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